terça-feira, 5 de julho de 2011

Mudanças do Enem

Inscrições começam às 10h da próxima segunda-feira e provas serão em 22 e 23 de outubro

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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou no Diário Oficial da União desta quinta-feira (19) o edital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)com regras para a edição 2011 do exame, que vai ocorrer nos dias 22 e 23 de outubro.


As inscrições começam a partir das 10h da próxima segunda-feira (23) e vão até as 23h59 do dia 10 de junho (horários de Brasília). Os estudantes deverão fazer as inscrições pela internet no site do Enem. A taxa de inscrição terá o mesmo preço do ano passado: R$ 35. Estão isentos do pagamento todos os alunos de escolas públicas do País e os candidatos que apresentarem carência socioeconômica.
As provas da edição 2011 do Enem terão início às 13h em todos os Estados brasileiros. Os portões de acesso aos locais de provas serão abertos às 12h e fechados às 13h, não sendo permitida a entrada dos candidatos após o fechamento dos portões (todos os horários seguem o de Brasília).
Novamente, os estudantes só poderão usar caneta esferográfica de tinta preta fabricada em material transparente. Lápis e borracha estão proibidos. Os candidatos deverão desligar o aparelho celular e qualquer equipamento eletrônico ao entrar na sala de prova sob pena de eliminação do exame, e deverão colocar os aparelhos em uma embalagem porta-objetos fornecida pelo aplicador.
O edital para 2011 também chama a atenção dos candidatos para que seja feito o trabalho de conferência da prova antes que ela comece a ser respondida. De acordo com a presidenta do Inep, Malvina Tuttman, os participantes serão orientados pelos fiscais de sala a conferir se a prova contém todas as questões e se não há nenhum erro de impressão ou montagem do material recebido.
Caso o estudante detecte algum problema, poderá substituir a prova defeituosa. No ano passado, muitos alunos só perceberam erros quando já tinham respondido parte das questões, o que teria prejudicado o desempenho deles.
O anúncio das datas das provas foi feito na quarta-feira (18) pela presidenta do Inep, Malvina Tuttman. Ela informou que, a partir de 2012, a avaliação terá duas edições.
Segundo Malvina, a primeira está programada para 28 e 29 de abril, e a definição da segunda edição dependerá das datas das eleições municipais. A intenção, segundo ela, é dar aos estudantes mais oportunidades para concorrer a vagas em instituições de educação superior, a bolsas do Programa Universidade Para Todos (ProUni) e ao Programa de Financiamento Estudantil (Fies).
Inovações e segurança

A edição de 2011 do Enem terá algumas mudanças no processo de logística para evitar que erros cometidos em anos anteriores não se repitam. Uma das inovações será no processo de impressão. Segundo o diretor de Gestão e Planejamento do Inep, Dênio Menezes, um novo dispositivo eletrônico será instalado na gráfica para detectar possíveis erros de impressão e impedir que provas com defeito sejam entregues aos alunos.
No ano passado, um problema de impressão do material causou tumulto durante a aplicação. Um lote de 21 mil cadernos de prova amarelos apresentou erro na montagem. Eles não continham todas as 90 questões das provas de ciências da natureza e humanas. O MEC reaplicou o Enem aos alunos prejudicados, mas muitos reclamaram que tiveram problemas e não foram convocados para a prova. Além do problema com os cadernos amarelos, a folha em que os estudantes marcam as respostas estava com o cabeçalho das duas provas invertido.
Segundo a gráfica, o erro ocorreu porque o controle de qualidade do material impresso era feito por amostragem, a cada 20 mil cadernos, já que o conteúdo do Enem é sigiloso e as provas não poderiam ser conferidas sob risco de vazamento de informações.
A gráfica escolhida para o processo de 2011 é a mesma de 2010, a RR Donelley. Para que o erro não se repita, a inovação será o monitoramento eletrônico: por meio de códigos, uma máquina irá conferir se as provas estão montadas de forma correta ou se há erro no padrão de impressão.
O reforço na segurança passa também por uma parceria com o Inmetro. O Inep contratou a empresa Módulo, do Inmetro, que mede a segurança das eleições e fará também o controle de qualidade de todas as etapas do exame. O serviço dessa empresa custará 5,6 milhões. Além disso, um grupo de servidores do Inep foi destacado para participar de uma Unidade de Operações de Logística. “A função desse grupo é cuidar dos atores operacionais, ou seja, da gráfica, dos Correios, responsáveis pela distribuição, e dos aplicadores”, explica.
* Com informações da Agência Brasil

Fim do vestibular na UFRJ

A decisão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) de substituir seu tradicional vestibular pelo Exame Nacional de Ensino Médio, anunciada no último dia 30, provocou surpresa e obrigou professores e alunos pré-vestibulandos a promoverem uma reviravolta nos estudos. Nas salas de aula, especula-se o fim dos simulados discursivos. O foco agora é preparar os estudantes para lidarem com provas recheadas de textos longos, com respostas em múltiplas escolhas, e um prazo relativamente curto para dar conta de todas as questões.
Como a decisão já vale para o vestibular de 2012, os alunos terão de reprogramar o foco dos estudos em cerca de três meses. Em 22 e 23 de outubro será realizado o Enem. “O grande problema é descobrir a regra do jogo no meio do processo”, disse o coordenador de ensino do colégio pH, no Rio de Janeiro, Rui Alves Gomes de Sá. “A decisão deixou os alunos mais ansiosos”, avaliou.

Foto: Divilgação
Rui Alves Gomes de Sá, coordenador de ensino do curso pH: “Agora, vamos ter de suprimir o ‘algo a mais’ da nossa programação”
Rui, no entanto, afirma que para os três mil estudantes que se preparam para o vestibular/ Enem no pH, a situação está sob controle. “Já tínhamos um foco de estudos no Enem. Acontece que o vestibular da UFRJ – que considero, junto com o da Unicamp, o melhor do País – não era decoreba. Eram provas discursivas, de raciocínio. E tinha questões específicas, que eram um ‘algo a mais’ nos estudos”, ponderou. “Agora, vamos ter de suprimir o ‘algo a mais’ da nossa programação”.
A estudante Ianna Campos, de 17 anos, explica como a mudança poderá afetá-la: “Concorro a uma vaga no curso de Medicina. No caso da UFRJ, além de Química e Biologia – cobradas nos vestibulares da UFF e da Uerj –, Física era matéria específica no vestibular. Estou desde o início do ensino médio focando nessas disciplinas. Agora, com o Enem, elas não serão mais um diferencial”, lamenta a jovem. “E terei apenas três meses para investir mais nas matérias de humanas, como História e Geografia, que nunca foram o meu forte”, conclui a estudante.
Ianna diz que para recuperar o estudo perdido irá aumentar a carga horária no cursinho. “A questão não é saber se vai dar tempo. A questão é descobrir como vou fazer esse trabalho. A qualidade do estudo não pode ser comprometida pela questão do tempo”, disse ela.
Alunos não acharam justo
O diretor geral do curso Pensi, Márcio Branco, informou que a equipe pedagógica se reuniu no último fim de semana para debater a mudança e refazer o cronograma de estudos. “Embora a gente já estivesse trabalhando com o Enem, a decisão pegou todo mundo de surpresa. Os alunos não gostaram, não acharam justo. A maioria reclamou”, contou a diretora pedagógica da unidade Tijuca, Lígia Nápoles.
Lígia concorda que o chamado conhecimento específico em algumas disciplinas não será mais necessário. “É outro tipo de prova, outro foco. E agora vamos ter de pensar como trabalhar esse novo enfoque nas salas de aula”, relatou.
“Eu me sinto bem preparado, mas agora vou ter de ler mais, ampliar conhecimentos em outras áreas. Não sei dizer se vai dar certo, mas estou tranquilo”, contou o estudante Carlos Penhato Araújo, de 17 anos.
Cursinhos comunitários comemoraram
Nos cursos comunitários, a decisão foi bem recebida. Porém, para frei David, coordenador da ONG Educafro, que reúne 200 cursos comunitários onde estudam cerca de seis mil jovens carentes, o entusiasmo com a medida foi parcial.
“Fico entusiasmado porque considero um absurdo este País não ter um vestibular único. Temos informações de que grande parte das faculdades públicas fez (e faz) do vestibular um importante ‘caixa dois’, e por isso elas eram contra a unificação do vestibular”, disparou o franciscano. “Quando já se viu no site dessas universidades a prestação de contas do dinheiro que entra com os vestibulares?”, indagou.


Contudo, frei David diz que a parte “parcial” de seu entusiasmo se deve ao fato de que, em sua avaliação, “tanto na prova da UFRJ quanto na do Enem sai na frente quem tem dinheiro para pagar pessoas para ensinar os macetes e o domínio das regras”. “O pobre que sai para o trabalho, estuda à noite, e faz cursinhos comunitários de 10h aos sábados, não terá como competir com os ricos”, opinou.
O coordenador da Educafro não acredita que o novo sistema de aprovação adotado pela UFRJ vai mudar o perfil da instituição. “O que provocará mudanças serão as cotas de 30% para quem ganha até um salário mínimo por pessoa”, avaliou.
A principal vantagem da adoção do Enem pela UFRJ, segundo frei David, será o fato de o modelo garantir acesso a estudantes de qualquer lugar do País. “Antes os ‘riquinhos’ pegavam o avião e prestavam vestibulares no Rio de Janeiro, em São Paulo, Campinas, Brasília e etc... Era uma afronta contra os pobres que não tinham estas possibilidades”, finalizou.
Fonte: www.ig.com.br
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Nós que trabalhamos no VestPro vamos ter que mais uma vez adequar as condições para preparar de forma objetiva nossos vestibulandos. Vamos correr!