quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Anthony Garotinho comandava de fora do poder, diz MPF

Condenado a dois anos e meio de prisão por formação de quadrilha, depois de lotear delegacias do estado, o ex-secretário de Segurança e ex-governador Anthony Garotinho era chamado pelos integrantes do bando de "chefe maior". Mesmo após deixar os cargos, ele continuava determinando modificações nas unidades, segundo o Ministério Público Federal.
As ordens eram dadas diretamente ao ex-chefe de Polícia Civil e ex-deputado estadual Álvaro Lins, condenado a 28 anos de prisão por lavagem de bens, corrupção passiva e formação de quadrilha. Assim como Garotinho, ainda segundo o MPF, Lins continuou comandando o esquema depois de deixar a chefia de Polícia Civil por meio de seu substituto, o delegado Ricardo Hallak, indicado por Lins. Hallak também foi condenado por formação de quadrilha e corrupção passiva.
Em relação a Garotinho, a sentença do juiz Marcelo Leonardo Tavares, da 4ª Vara Federal Criminal, diz que "sua posição era importante por estar próximo da governadora, sua esposa, Rosinha Garotinho". Ainda de acordo com o juiz, "o réu Anthony Garotinho impunha aos órgãos públicos do Estado sua autoridade de ex-governador e ex-secretário de Segurança e agia informalmente como quem efetivamente mandava no Estado".
"A acusação é estapafúrdia. Muito me estranhou essa coincidência com o período eleitoral. Toda essa acusação é fantasiosa", disse o advogado de Garotinho, Nélio Machado.
Em nota, advogados de Lins, Eduardo Mayr e Renata Serpa Nazário disseram que o réu tem "conduta irrepreensível frente aos variados cargos ocupados". Eles ressaltaram que ele está sem emprego ou meios de sustento e que a condenação é uma ofensa aos princípios da razoabilidade, referindo-se ao confisco de seus dois carros e quatro apartamentos e à multa que ultrapassa R$ 1 milhão.
Ordem para trocar delegado
Em uma das conversas interceptadas entre Álvaro e Garotinho, o então governador diz que vai resolver o problema da lotação de um delegado.
Garotinho: Aquele negócio que a gente falou daquele delegado, tem que trocar rápido, meu amigo.
Álvaro: Eu cobrei aquele dia que a gente esteve aí. Mas os caras têm medo de fazer.
Garotinho: Deixa que eu vou mandar fazer. Qual é o nome?
Álvaro: Eu falei.
Garotinho: Qual o nome do cara que eu nem lembro mais.
Álvaro: Ah! Então tô indo agora (para o Palácio Laranjeiras)
Garotinho: Você traz o nome do cara?
Álvaro: Claro, claro.
Garotinho: Beleza.
Alvaro: A gente põe um amigo lá. Não tem problema, não.
Garotinho: Tá joia. Um abraço. Tchau.
Alvaro: Tô chegando aí.

Pena que o "povo" de Campos não acompanha essas notícias de forma crítica, nem tampouco superficialmente! É lamentável a visão política aqui na nossa cidade, aonde os cidadãos, em sua grande quantidade, quer também se beneficiar do bem público, achando tudo isso normal, lícito.
Talvez idealismo , mas como eu queria acordar e assistir a cenas de justiça e mudanças verdadeiras em nossa cidade goytacá...

Nenhum comentário:

Postar um comentário