quinta-feira, 21 de abril de 2011

Tiradentes: o herói da inconfidência não morreu enforcado, mas pode ter sido salvo pelo poeta Cruz e Silva, segundo historiador

Essa postagem é do blog momento verdadeiro de Washington Luiz e achei interessante postar aqui e fazer algumas considerações

Tiradentes: o herói da inconfidência não morreu enforcado, mas pode ter sido salvo pelo poeta Cruz e Silva, segundo historiador.

Reprodução - Tiradentes
Vinte e um de abril é um dia dedicado para homenagear Tiradentes (o herói inconfidente ou uma invenção?) A história existe quando os fatos forem comprovados, por sua vez os fatos precisam de provas, do contrário serão apenas estórias. Tiradentes onde está a verdade?

Embora a historiografia oficial considere a inconfidência mineira (1789) como uma grande luta para a libertação do Brasil, o historiador inglês Kenneth Maxwell, autor de "A devassa da devassa" (Rio de Janeiro, Terra e Paz, 2ª ed. 1978.) que esteve recentemente no Brasil, diz que "a conspiração dos mineiros era, basicamente, um movimento de oligarquias, no interesse da oligarquia, sendo o nome do povo invocado apenas como justificativa", e que objetivava, não a independência do Brasil, mas a de Minas Gerais.

Esses novos estudos apresentam um Tiradentes bem mudado: sem barba, sem liderança e sem glória. Segundo Maxwell, Joaquim José da Silva Xavier não foi senão o "bode expiatório" da conspiração. (op.cit., p. 222) "Na verdade, o alferes provavelmente nunca esteve plenamente a par dos planos e objetivos mais amplos do movimento." (p.216) O que é natural acreditar. Como um simples alferes (o equivalente a tenente, hoje) lideraria coronéis, brigadeiros, padres e desembargadores?

A Folha de S. Paulo publicou um artigo (21-04-98) no qual se comentam os estudos do historiador carioca Marcos Antônio Correa. Correa defende que 
Tiradentes não morreu enforcado em 21 de abril de 1792. Ele começou a suspeitar disso quando viu uma lista de presença da Assembléia Nacional francesa de 1793, onde constava a assinatura de um tal Joaquim José da Silva Xavier, cujo estudo grafotécnico permitiu concluir que se tratava da assinatura de Tiradentes. Segundo Correa, um ladrão condenado morreu no lugar de Tiradentes, em troca de ajuda financeira à sua família, oferecida pela maçonaria. Testemunhas da morte de Tiradentes se diziam surpresas, porque o executado aparentava ter menos de 45 anos. Sustenta Correa que Tiradentes teria sido salvo pelo poeta Cruz e Silva (maçom, amigo dos inconfidentes e um dos juízes da Devassa) e embarcado incógnito para Lisboa em agosto de 1792.

Isso confirma o que havia dito Martim Francisco (irmão de José Bonifácio de Andrada e Silva): que não fora Tiradentes quem morrera enforcado, mas outra pessoa, e que, após o esquartejamento do cadáver, desapareceram com a cabeça, para que não se pudesse identificar o corpo.
"Se dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria pelo Brasil". Como só tinha uma, talvez Tiradentes tenha preferido ficar com ela. Artigo da Professora Laura Pinca - "Tiradentes, o bode expiatório"  / MONTFORT Associação Cultural
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Vamos lá, primeiro, a história como ciência é relativamente nova, surgiu no século XIX, e junto dela o positivismo que criava personagens, heróis, datas ditas como relevantes para a história.
Hoje, a historiografia carece de revisões amplas, o que está sendo feito, sobre fatos, porém mais contextualizados, como integrantes de um processo de mudanças e permanências. 
Sendo assim, temos a figura de Tiradentes, que foi colocado como herói de um movimento denominado Inconfidência, até a pouco tempo, interpretado como uma revolta popular, com princípios que motivaram mais tarde o processo de independência do Brasil. Atualmente, todas essas questões foram amplamente questionadas, sabemos que realmente, representou os interesses das elites oligárquicas brasileiras. 
A respeito de sua aparência, sua participação como líder, tudo isso foi manipulado para maquiar algumas questões e imortalizar a Inconfidência, como ícone de nossa história.
Tudo isso contribui para a riqueza de nosso passado, sua conexão com o cenário global, a importância de mais pesquisas e da relevância de debates sobre o assunto. 
Abração a todos,
Leandro Tavares.

Um comentário:

  1. Esta história vai virar estória. Leandro, muito bom o teu blog, instigante e bem humorado o que é ótimo. grande abraço

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