sexta-feira, 6 de maio de 2011

Policial acusado de agressão por professora diz que foi vítima de injúria

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antero Gomes
 
O caso de uma possível agressão, na quinta-feira passada, à professora de Direito Civil da Unisuam Sylvia Fairbanks, de 29 anos, está dividindo os alunos da universidade, em Campo Grande. Na última sexta-feira, Sylvia foi à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam-Oeste), em Campo Grande, denunciar que havia sido agredida com um soco por um aluno seu, um cabo da Polícia Militar, em sala de aula. Uma universitária testemunhou a seu favor.
No dia 2, foi a vez do aluno Wellington LIma dos santos ir è 35ª DP (Campo Grande), onde registrou queixa contra a professora de injúria. Segundo a Chefia da Polícia Civil, o estudante de segundo período de Direito disse aos policiais que foi "chamado de burro" e que, após uma discussão, Sylvia caiu, batendo com o rosto no chão.
O policial levou à DP três alunos como testemunhas. Nesta quarta-feira, a Unisuam pronunciou-se oficialmente. Segundo o pró-reitor de ensino da universidade, professor Carlos Figueiredo, a instituição está investigando o caso.
Desde sexta-feira, ouviu a professora duas vezes (na sexta passada e nesta quarta-feira), o suposto agressor (na última segunda-feira) e 14 alunos que teriam presenciado a confusão. Figueiredo conta que todos os alunos ouvidos até esta quarta confirmaram a versão do policial.
Segundo a Polícia Militar, o policial foi colocado em funções administrativas até a Corregedoria Interna da PM investigar os fatos, já que Sylvia deu queixa na 2ª Delegacia de Polícia da Justiça Militar e na Corregedoria Geral Unificada (CGU) da polícia.
-Ainda não temos a conclusão. Temos uma preconclusão: de que não houve agressão, com base nos depoimentos que já ouvimos. Mas vamos ouvir ainda os demais alunos, que voltarão a se reunir amanhã (hoje). Vamos ouvir ainda entre 25 a 30 alunos - disse Figueiredo, acrescentando que o aluno suspeito não foi afastado, porque é praxe na universidade só tomar uma decisão punitiva após a conclusão da investigação, que está sendo feita pelo Núcleo de Apoio Psicopedagógico (NAPP).
Segundo a Chefia da Polícia Civil, Wellington foi chamado para ir à Deam nesta quarta-feira, mas não compareceu. Ele será chamado novamente. Na versão que deu na 35ª DP (Campo Grande), ele contou que a professora encontrou cola dentro de um livro de Código Civil dele, no meio de uma prova (era permitida consulta ao Código).
O PM contou ainda que Sylvia retirou dele o livro, proibindo-o de fazer consultas durante o teste e chamando-o de burro. Ele teria se recusado a continuar a prova. Os dois teriam discutido e agarrado o livro, puxando-o de um lado para o outro. Na discussão, Sylvia teria se desequilibrado e caído.
-Ele falou palavrões e partiu para cima, tentando arrancar o livro das minhas mãos. Como não conseguiu, me deu um soco no rosto, causando fratura facial - disse Sylvia.
Nesta quarta-feira, o EXTRA foi até a sede da Unisuam de Campo Grande onde tudo aconteceu. As versões contraditórias também circulam nos corredores. No entanto, as pessoas estão preferindo não se identificar, como medo de represálias.
-Estamos reunindo um grupo de testemunhas que viram a agressão para testemunharem nos próximos dias na universidade - disse uma amiga de Sylvia.
O EXTRA tentou falar com o cabo da PM, mas ele não atendeu aos telefonemas.
Nesta quinta-feira, a Comissão de Direitos Humanos da Alerj, presidida pelo deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), ouvirá Sylavia.
-Não é somente o caso de um aluno contra um professora. É o caso de um homem (agredindo) uma mulher; um policial que, segundo relatos, estava armado - diz Freixo
Fonte: Extra on line
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Então, quer dizer que aluno qualquer pode agredir alguém, incluindo seu professor? Não. E esse caso deve ser apurado, pois se provada a agressão, ele tem que ser punido, até porque é policial, e estava armado.

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